Rio de Janeiro, celeiro literário

Rio de Janeiro, celeiro literário

Tomei posse, em 27 de junho, no Rio de Janeiro, como sócio do Pen Clube do Brasil. Na ocasião, fiz este discurso sobre a tradição literária do Rio:

Sr. presidente do Pen Clube do Brasil, professor Ricardo Cravo Albim,

Caros amigos, caros colegas do Itamaraty,

Quero antes de mais nada agradecer ao nosso presidente, Ricardo Cravo Albim, por esta cerimônia. Como sou Embaixador do Brasil na Malásia, eu não pudera ainda tomar posse como membro do Pen Clube do Brasil. Nosso Presidente acolheu favoravelmente que a cerimônia se desse esta semana, a única que passarei no Rio de Janeiro nestes poucos dias de férias no Brasil.

Quero também agradecer ao editor Carlos Leal, meu amigo, pelas palavras generosas com que me saudou.

Há muitos amigos e primos presentes aqui hoje. Quero registrar, em especial, a presença de minha mãe, Embaixadora Thereza Quintella. Minha mulher, Eugênia Barthelmess, por ser Embaixadora do Brasil em Singapura, não pôde estar presente. Por intermédio da minha mãe e da minha mulher, quero homenagear todas as mulheres profissionais do Brasil, e não somente as diplomatas, que enfrentam toda série de dificuldades para o bom êxito de suas carreiras.

Quero, desde já, prestar homenagem a uma personalidade ímpar, meu pai, Ary Quintella, que pertenceu ele também a esta instituição. Em setembro, serão 25 anos desde seu falecimento.

Não é à toa que começo este discurso mencionando meu pai e minha mãe. Eles foram, sem dúvida, e como seria natural, as maiores influências na minha formação. Minha formação emocional, psicológica e também intelectual.

Criança e adolescente, minha maior alegria, meus melhores momentos eram passados lendo os volumes que eu retirava da biblioteca familiar. Havia, naturalmente, os livros infantis e juvenis que meus pais ofereciam a mim e aos meus irmãos. Este ano, em abril, vimos partir o Ziraldo. Guardo com carinho a primeira edição de Flicts, que ganhei aos seis anos de idade. Ou melhor, Eugênia o guarda com carinho, pois o livro está em Singapura. Essa separação involuntária da biblioteca conjugal é, desde 2020, um dos elementos da nossa realidade de casal de diplomatas.

Havia portanto os livros oferecidos pelos pais, mas havia os livros pertencentes aos pais, em suas estantes no Rio, em Bruxelas, em Montevidéu, em Brasília, em Londres. Há algo de mágico no fato de uma biblioteca viajar. Ao nos acompanhar, ela torna nossa vida nômade mais estável, mais aceitável. A casa da gente é onde nossos livros estão. Filho de diplomata, desde sempre tive de aceitar que tudo seria impermanente: os amigos, a escola, o idioma, a cultura e os hábitos locais.

Mas a biblioteca dos meus pais era um dado permanente, era algo sólido, em que eu podia confiar. Era um refúgio. Um refúgio contra as impermanências da vida, as incertezas que eu percebia ao meu redor, inclusive as incertezas quanto à durabilidade do casamento dos meus pais.

Em dezembro de 2023, na qualidade de Embaixador na Malásia, participei do Festival Literário de George Town, na ilha de Penang, na costa ocidental da Malásia. É um celebrado evento anual. A edição de 2023 contou com a presença de famosos autores europeus, entre outros Geoff Dyer e Édouard Louis. E também, e sobretudo, com a presença de Clarice Lispector. Graças a recursos fornecidos pelo Instituto Guimarães Rosa, que é o departamento cultural do Itamaraty, a Embaixada em Kuala Lumpur montou, para o Festival de George Town, uma exposição sobre a vida e a obra de Clarice. O material nos foi cedido gratuitamente pelo Instituto Moreira Salles, e a exposição em Penang era uma versão reduzida da mostra realizada pelo Instituto Moreira Salles, “Constelação Clarice”, em São Paulo e no Rio, entre 2021 e 2022. Em Penang, o espaço era apenas um ambiente, transformado pelo curador malásio como se fosse uma sala no apartamento de Clarice. Era um espaço intimista. Visitantes me disseram que, ao tomar conhecimento pela primeira vez da existência de Clarice naquela exposição, haviam se sentido estimulados a ler sua obra. Seus livros, aliás, em traduções para o inglês, estavam à venda na livraria oficial do Festival, e saíram rapidamente.

Ao abrir a exposição, eu disse algumas palavras sobre Clarice Lispector e citei uma carta sua muito famosa a Olga Borelli, que muitos dos aqui presentes já conhecem. É a primeira carta; Clarice e Olga Borelli acabavam de se conhecer, por isso o tom pessoal e franco usado por Clarice causa ainda mais impacto. A carta diz: “Sou uma pessoa sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo. Não tenho qualidades, só tenho fragilidades. Mas às vezes, tenho esperança”.

Eu gosto muito dessa carta. Frequentemente penso nela. A meu ver, ela sintetiza a razão pela qual lemos e escrevemos. Lemos e escrevemos para ter um rumo na vida, um leme que nos guie. Lemos e escrevemos para descobrir o que queremos fazer de nós mesmos.

Ler e escrever são duas facetas da mesma atividade, a busca de si mesmo. Ajuda no processo que um bonito poema de Jorge Luis Borges, “Tríada”, define como la triste costumbre de ser alguien. E eu vejo que essa é a grande aventura de todo ser humano, descobrir como somos, como ser alguém. E é isso que ler e escrever nos permitem fazer.

O Rio de Janeiro é um lugar privilegiado. Não só por causa da sua inigualável beleza natural, mas por ser um celeiro da escrita. Terra natal ou de moradia de escritores. Podemos acompanhar sua evolução ao longo do tempo por meio da literatura, a que serve de fonte de inspiração. O Rio iguala-se então a outras cidades literárias, como Paris, Londres, São Petersburgo. Quando, em posto no exterior, leio a descrição que Machado de Assis faz, em Quincas Borba, da praia de Botafogo ao luar, o coração se aquece. Escreve Machado: “A lua estava então brilhante; a enseada, vista pelas janelas, apresentava aquele aspecto sedutor que nenhum carioca pode crer que exista em outra parte do mundo”.  

Estrangeiros citam o Rio em suas obras. Há três anos, escrevi um ensaio intitulado “Joseph Brodsky no Corcovado”. Pois Brodsky aqui esteve, em 1979, justamente para participar de um congresso do Pen Clube Internacional, então presidido por Mario Vargas Llosa. O texto de Brodsky é ambíguo e até preconceituoso; ele não entendeu o Rio de Janeiro. Achou mesmo haver aqui um rio chamado Janeiro. Mas mesmo ele ficou boquiaberto com a nossa paisagem. Vendo a cidade do alto do Corcovado, estima que: “Em um dia claro, você sente que tudo o que seu olhar já viu antes são apenas as sobras miseráveis e sem brio de uma imaginação interrompida”. O Rio, assim, embora visto com ressalvas por Brodsky, e sem muita compreensão, e, como eu disse, com preconceito, causou um impacto pela sua beleza. É uma das três cidades sobre as quais se detém em sua obra, junto com sua cidade natal, São Petersburgo, e sua cidade preferida, Veneza.

Mas o Rio não é apenas um celeiro de escritores. É também o depositário de instituições literárias. Temos aqui na cidade o Pen Clube do Brasil, e também a Academia Brasileira de Letras e a Biblioteca Nacional. Visitei esta semana o presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, que é aliás membro do Pen Clube do Brasil, para fazer doação à Biblioteca de um exemplar do livro que a Embaixada do Brasil na Malásia publicou, em janeiro, sobre a obra realizada por um gênio brasileiro, Roberto Burle Marx, em Kuala Lumpur. A capital malásia tem a distinção de ser a única cidade asiática a conter um parque projetado por Burle Marx.

A Biblioteca Nacional impressiona. Na juventude, passei muitas horas em seu salão de leitura. O prédio está em perfeito estado de conservação, é um tesouro nacional, depositário de muitos outros tesouros.

Há outra instituição literária no Rio, além das que já citei. Existe, na Casa de Ruy Barbosa, o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira. Vou ao AMLB com frequência, quando estou no Rio, e já escrevi mais de uma vez sobre essa instituição. O arquivo do meu pai está lá. É algo estranho para mim que as cartas bastante francas, transparentes que escrevi ao meu pai não estejam comigo, mas sim no AMLB. Ele assim quis. Hoje mesmo, de manhã, fui à rua São Clemente, para visitar a nova diretora do Arquivo-Museu, Maria de Andrade, cuja presença nesta cerimônia agradeço. Rever no AMLB a poltrona de Manuel Bandeira, os óculos de Carlos Drummond de Andrade é também uma forma de pensar na tradição literária do Rio de Janeiro e, por extensão, do Brasil. Uma vez, há alguns anos, foi-me lá mostrado o manuscrito de Menino de engenho, de José Lins do Rego. Esse livro, cuja ação se passa no Nordeste, marcou minha adolescência de menino meio carioca e meio mineiro. Esse é o poder da literatura. José Lins do Rego, paraibano, escreve um romance sobre um menino nordestino, com o qual um adolescente no Sul do país pode se identificar. Ver o manuscrito no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira foi por isso uma experiência cativante para mim.

Ao agradecer uma vez mais esta cerimônia, senhor presidente, quero cumprimentá-lo pela iniciativa de organizar também esta semana um evento comemorativo de Guimarães Rosa. É por meio de iniciativas como essa que o Pen Clube do Brasil se equipara às outras instituições literárias. Contribui a fazer do Rio de Janeiro, terra lúdica, também um palco literário.

Muito obrigado.

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Clarice: na Malásia, a hora da estrela

Clarice: na Malásia, a hora da estrela

Na primeira Carta da Malásia, descrevi um fim de semana passado em Penang. Esse é um estado malásio que compreende uma ilha de mesmo nome e uma faixa de território em terra firme. Na ilha situa-se a capital do estado, George Town.

Penang distingue-se por várias características, no contexto malásio. Dos onze estados na Malásia peninsular, é o único, com Malaca, e como os dois em Bornéu, Sabá e Sarawak, a não ser um sultanato. O chefe de estado local é um governador. Penang é o único estado onde a maioria da população é de origem chinesa e onde o primeiro-ministro, atualmente, não é malaio e muçulmano. George Town está listada pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, mas Penang não parou no tempo, e é um dos centros econômicos e tecnológicos da Malásia, inclusive na indústria de semicondutores.

Com o apoio do governo estadual, George Town, há treze anos, sedia um respeitado festival literário. Na edição de 2023, Clarice Lispector foi uma das estrelas, por sugestão minha à sua diretora, Pauline Fan. Muitas vezes, ao longo do ano, conversei com Pauline sobre Clarice, de quem ela é admiradora. Que formato poderia ter a homenagem? O mais óbvio parecia ser uma mesa-redonda sobre sua obra.

Acontece que o Instituto Moreira Salles organizara, de 2021 a 2022, em São Paulo e no Rio de Janeiro, uma grande exposição, Constelação Clarice, coordenada pela escritora Veronica Stigger e o poeta Eucanaã Ferraz. Contactado pela Embaixada do Brasil em Kuala Lumpur, o Instituto aceitou ceder facsímiles de parte de seu material. O suficiente para, em Penang, montar uma sala evocando Clarice. Sobre móveis e paredes, cartas da autora, bilhetes seus, cadernos de anotações, páginas de manuscritos de seus livros, fotografias nos revelavam algo dela, mas não o suficiente para eliminar o fascínio, o mistério que sua personalidade e sua literatura provocam.

Fui a George Town para a abertura do Festival no dia 24 de novembro. Lá esteve presente o primeiro-ministro do Estado, Chow Kon Yeow. Não sei dizer se, alguma vez, algum governador do Rio de Janeiro abriu a FLIP em Paraty.

No dia seguinte, 25 de novembro, inaugurei a exposição sobre a vida e a obra de Clarice Lispector. O convidado de honra, representando o governo estadual, foi o secretário de Turismo e Economia Criativa. Em seu discurso, Wong Hon Wai elogiou o Rio de Janeiro, onde já esteve, focalizando particularmente o Jardim Botânico, que poderia servir, avaliou, de exemplo para o de Penang. Ele foi modesto ao dizer isso, porque o Jardim Botânico de Penang, que já visitei, é excelente.

Peguei o microfone. Tinha bem presente o que queria dizer. Mencionei a importância de Clarice Lispector na literatura não somente brasileira, mas universal. Citei o fato de sua obra já ter sido traduzida para mais de 30 idiomas e publicada em 40 países. Recomendei alguns de seus livros. Especulei que, se na minha adolescência A Paixão Segundo G.H. era sua obra mais célebre, hoje, possivelmente, esse papel cabe a Água Viva e A Hora da Estrela. Li, em inglês, trecho de sua primeira carta a Olga Borelli, que há muitos anos me intriga: “Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo […] Não tenho qualidades, só tenho fragilidades. Mas às vezes tenho esperança”.

Indiquei a importância do Instituto Moreira Salles na vida cultural brasileira, e seu papel na preservação de arquivos literários, inclusive o de Clarice Lispector, e fotográficos. Informei que a exposição havia sido financiada pela unidade do Itamaraty responsável por difusão cultural e educacional do Brasil no exterior, o Instituto Guimarães Rosa, cujo nome expliquei.

A direção do Festival evitara colocar qualquer outro evento naquele horário, o que garantiu o máximo possível de público na cerimônia. Alguns tiveram de ficar do lado de fora da sala onde fora montada a exposição, por falta de espaço. O curador instalara o material como se estivéssemos em um ambiente pessoal, talvez a sala da autora. Clarice Lispector, reservada como era, provavelmente teria ficado surpresa em receber simultaneamente tantos convidados no seu apartamento.

Todos os autores mais famosos participantes do Festival estiveram na abertura da exposição, inclusive o inglês Geoff Dyer, o francês Édouard Louis e o malásio Tash Aw. Ver Geoff Dyer e Tash Aw permitiu-me acrescentar, em minha fala, que nunca, quando começamos uma leitura, sabemos se aquele livro específico ou aquele autor terão importância para nós. Minha curiosidade pela Ásia do Sudeste, até certo ponto, ficou aguçada quando, há muitos anos, li Yoga for People who Can´t Be Bothered to Do It, evocação por Geoff Dyer de algumas viagens suas, inclusive por alguns países do Sudeste Asiático, aonde até então eu nunca havia viajado. The Harmony Silk Factory, de Tash Aw, tendo sido o primeiro romance malásio que li, confinado em casa em Kuala Lumpur durante a pandemia de Covid-19, logo ao chegar à Malásia em 2020, era a única forma de evasão, de eu viajar pelo país, no caso ao estado de Perak, onde se passa a ação. Provavelmente por causa do livro, Perak é uma região de particular afeição para mim na Malásia; graças ao romance, lá pude viajar por meio da imaginação, antes de poder conhecer qualquer lugar no país que não fosse minha casa, meu local de trabalho e o supermercado.

Da mesma forma, por razões e rumos tortuosos que já procurei explicar anteriormente, e mencionei na abertura da exposição em Penang, minha primeira visita a Malaca me levou a reler a obra de Clarice Lispector, quando seus livros tomaram para mim nova dimensão.

A maior livraria da Malásia, a Kinokuniya de Kuala Lumpur, montara balcão no espaço principal do Festival, onde os livros de Clarice traduzidos ao inglês, em diversas edições, foram, durante os quatro dias, expostos de maneira proeminente. Iam sendo vendidos rapidamente, e substituídos por novos exemplares.

Os livros de Clarice bem visíveis na livraria temporária montada no Festival de George Town.

As falas, no Festival, de Geoff Dyer, Tash Aw e Édouard Louis sobre suas vidas e suas obras foram valiosas. Lotaram o auditório. A plateia achou graça na forma como Édouard Louis e Tash Aw, hoje melhores amigos, discorreram, na mesma mesa-redonda, sobre como se conheceram, em um festival literário na Escandinávia. Por uma dessas coincidências que parecem ficção irrealista, Tash Aw fora pouco antes morar na aldeia tacanha, no Norte da França, onde nascera o escritor francês, e da qual este escapara na juventude. O escritor malásio, então menos célebre do que é hoje, apresentou-se no festival escandinavo a Édouard Louis, mencionando a aldeia onde morava. À plateia em Penang, o francês explicou: “Fiquei com medo. Pensei que ele fosse um desses malucos que ficam acossando escritores em festivais literários”.

Gostei particularmente do depoimento de Geoff Dyer, em sua fala, sobre John Berger. Admirador dos seus livros, Geoff Dyer teve, chegado o momento de conhecer o escritor mais velho, medo de se decepcionar. O contrário aconteceu, porque he was the most wonderful human being. Dyer considerava Berger uma figura paterna. As pessoas, vendo desenvolver-se a amizade entre eles, avisaram que, um dia, ele “passaria a criticar Berger, cometeria patricídio”. Qualquer estudante de psicologia sabe que esse é um fenômeno comum, em interações intergeracionais. Mata-se figurativamente não somente o pai biológico, mas também o amigo mais velho, na crença de que isso é indispensável para o crescimento individual. No caso da sua amizade com Berger, apontou Geoff Dyer em George Town, isso não aconteceu, o que a meu ver diz muito sobre as qualidades de ambos.

Geoff Dyer, falando sobre John Berger em Penang

Alguns dias depois, já de volta a Kuala Lumpur, eu convidaria o escritor inglês para jantar. Cito suas obras com frequência nos meus ensaios. Se alguém tivesse me dito, há cerca de vinte anos, quando comecei a ler Geoff Dyer em Washington, em Quito, em Brasília, que um dia ele jantaria na minha casa, e que essa casa seria em Kuala Lumpur, eu teria considerado a pessoa desnorteada.

Voltemos a Penang, voltemos a Clarice Lispector. Membros do público disseram-me, após a cerimônia de abertura, que a exposição dera-lhes vontade de ler os seus livros. Uma artista gráfica, que visitara a exposição dias antes, enquanto era montada, já desenhara marcadores de livros com um retrato famoso de Clarice e trecho de carta sua.

É muito raro, na experiência profissional de um diplomata, ele ou ela ver de forma imediata o resultado de seu esforço. A estrela chegara à Malásia, enriquecera o festival literário de George Town e, por seu intermédio, era a literatura brasileira como um todo que brilhava.

O dia seguinte era o último domingo de novembro. Voltei para Kuala Lumpur feliz. No caminho, pensando em Clarice, satisfeito, realizado, eu não tinha ideia de que a vida, da sua maneira característica, naquele momento mesmo já me preparava, sorrateiramente, algumas armadilhas.

Clarice em Penang

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.