Álbum de fotos – Dia das Mães em Kuala Lumpur

Álbum de fotos – Dia das Mães em Kuala Lumpur

No Dia das Mães, nada mais justo do que eu celebrar a minha, Thereza Quintella, que atravessou dois oceanos, onze fusos horários, e mais de um continente para me visitar em Kuala Lumpur, entre fevereiro e abril. Depois de dois anos de pandemia, em que não pudemos ver um ao outro, pareceu algo milagroso que ela, prestes a completar 84 anos, tivesse chegado à Malásia.

Essa viagem merece registro, o que faço por meio das fotos abaixo. Formam um resumo da sua passagem de nove semanas pelo Sudeste Asiático, com o mínimo de explicações. É um registro incompleto, naturalmente. Na XV Carta da Malásia, “Além da aurora e do Ganges”, publicada há duas semanas, falei de um dia específico, 26 de março, em que fomos a uma propriedade rural paradisíaca no interior do país e depois jantamos, de volta à capital, com um amigo colecionador de vestimentas malaias tradicionais.

A visita da minha mãe coincidiu com a retomada de uma vida social normal, pós-Covid, em Kuala Lumpur. Isso me permitiu apresentar a ela muitas das pessoas com quem me dou na Malásia. Duas semanas depois da sua partida, em um almoço de trabalho onde todos os convidados a conheceram, ouvi de um deles, uma amiga malásia com quem minha mãe esteve várias vezes, em Kuala Lumpur e em Penang: “Your mother was a hit“. Isso talvez esteja refletido em uma das fotos, exemplo das matérias de imprensa que cobriram a cerimônia que fiz de condecoração de um cidadão malásio com a Ordem de Rio Branco.

A sua temporada na Malásia correspondeu também à reabertura gradual das fronteiras no Sudeste Asiático, após dois anos de fechamento. Por isso, tirei uns poucos dias de férias, em sua última semana, e fomos a Singapura visitar minha mulher.

Em dois meses, minha mãe provou várias cozinhas asiáticas. Sua primeira saída depois da quarentena foi para ir a um clube de que sou sócio, para uma refeição indiana sobre folha de bananeira. A segunda foi a um restaurante tailandês, a convite de um casal de grandes amigos que ela já conhecia do Brasil, e que logo partiriam da Malásia. Houve a seguir refeições cantonesas, malaias, japonesas, indianas, srilanquesas e peranakanesas — se este último gentílico não existe ainda em português, deveria. Refere-se aos malásios descendentes de chineses; eles criaram uma culinária própria.

Esta semana, minha mãe ofereceu, no apartamento no Rio, um almoço a amigos seus. O cardápio era totalmente do Sudeste da Ásia, com pratos que ela descobriu na Malásia e em Singapura. Maior demonstração de que gostou de vir e de estar conosco não poderia haver.

Nove semanas passam rápido. Minha mãe chegou em plena comemoração do Ano Novo Chinês, e partiu logo antes da Páscoa. Quase quatro semanas depois, voltar do trabalho à noite e não vê-la em casa ainda me causa surpresa. Durante pouco mais de dois meses, todo dia foi Dia das Mães para mim.

Se você quer saber mais sobre nasi lemak, o prato mais famoso da culinária malásia, leia As Cartas em Istana Negara

Se você quer saber mais sobre as fotos de Robert Zhao sobre árvores em Singapura e a relação das pessoas com elas, leia Tchekhov e os tigres

Se você quer saber mais sobre Penang, tema da primeira Carta da Malásia, leia A Ásia em Penang

Se você quer saber mais sobre o Museu de Artes Islâmicas de Kuala Lumpur, leia Os Bois de Mirza Babur

Se você quer saber mais sobre Odissi, leia Sibelius e as Ilusões

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