Como comentei em texto anterior, em minha mais recente expedição à Livraria Berinjela comprei cinco livros franceses. Entre eles, os dois acima, sobre Proust.
Dentro do livro publicado por Lucien Daudet sobre 60 das cartas que recebeu de Proust, achei um “bilhete postal”, denominação aliás nova para mim. Reproduzo o bilhete nas fotos abaixo.
C. A. [Carlos Alfredo] Bernardes era um diplomata, também conhecido como Lolô Bernardes. Em 1949, pelo visto, estava lotado na Embaixada em Paris. Reproduzo o texto do cartão: “Querido, Receio que você não tenha recebido a minha carta. Já agora, não há tempo de fazer a encomenda, pois ando nas [ilegível] da minha estadia aqui.É pena; visto que o tal líquido corre por cá em caudaloso rio…Muita saudade do teu Lauro”.
Mensagem mais críptica, impossível. Qual é o “tal líquido” (sublinhado no original) que, em Lisboa, corre em “caudaloso rio” e que poderia interessar a um morador de Paris encomendar ?
Não há como saber. Não é grave, porém. O que interessa é sentir a vida pulsar, 67 anos depois, quando os dois amigos estão mortos. Eles se foram, mas suas preocupações, suas frustrações, sua amizade podem ainda ser sentidas, porque por acaso o bilhete postal de Lauro para Carlos Alfredo sobreviveu.
Imagino que o tal líquido seja um bom vinho do Porto…
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Também pensei nisso….será ?
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Mas daí, por que sublinhar a palavra ?
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